A concessionária Norte Energia, responsável pela Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, está desenvolvendo um projeto inovador para criar barcos elétricos acessíveis à população amazônica. A iniciativa, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), visa contribuir para a mobilidade fluvial e descarbonização dos rios da região. Batizado de “Enguia”, o projeto é parte de um esforço de pesquisa e inovação regulado pela ANEEL, com foco em substituir embarcações movidas a combustíveis fósseis por alternativas sustentáveis, como voadeiras e catamarãs elétricos.
Os avanços já incluem a implantação de um corredor verde na UFPA, em Belém, com integração entre um catamarã elétrico e ônibus movidos a energia solar, reduzindo significativamente emissões de CO2. Além disso, o protótipo de uma voadeira elétrica, chamado Poraquê I, já está em operação na usina de Belo Monte, economizando mensalmente 1.400 litros de combustível fóssil. Outro modelo, o Poraquê II, está em fase final de testes. As embarcações possuem autonomia de 40 km e oferecem um custo operacional mais baixo para as comunidades ribeirinhas, promovendo uma alternativa mais econômica e ambientalmente responsável.
Com a maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônia depende fortemente de transportes fluviais, o que torna o projeto estratégico tanto para a população quanto para o meio ambiente. A energia para as baterias vem de fontes renováveis, como a solar, eliminando o uso de combustíveis e lubrificantes. Segundo especialistas, além de menor impacto ambiental, o projeto tem potencial para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, reduzindo custos e promovendo sustentabilidade. Este trabalho ganha ainda mais relevância às vésperas da COP 30, destacando a importância de ações concretas na luta contra as mudanças climáticas.