Um projeto desenvolvido pela Secretaria Estadual de Direitos Humanos em parceria com a UERJ tem auxiliado vítimas de tráfico humano e trabalho análogo à escravidão a superar seus traumas por meio de ações de acolhimento e cuidados. As vítimas, que muitas vezes carregam marcas físicas dos abusos sofridos, têm a oportunidade de se tatuar ou participar de atividades de bem-estar, como dias de cuidados pessoais. A tatuagem, especialmente, é vista como uma forma simbólica de ressignificar as dores e criar novas memórias para aqueles que passaram por situações de exploração.
O projeto acolhe pessoas com diferentes histórias de sofrimento, como vítimas de exploração sexual e trabalho forçado, e as oferece um espaço seguro para compartilhar suas experiências. Alguns participantes escolhem fazer tatuagens como uma forma de afirmação de superação, enquanto outros preferem não se submeter ao procedimento por questões pessoais ou religiosas. Um dos relatos de destaque é o de uma mulher trans, que passou por sérios abusos durante um período de exploração no exterior, e encontrou no projeto uma nova forma de viver e se reconectar com sua identidade.
A iniciativa tem alcançado resultados significativos, com 188 vítimas ou pessoas em situação de vulnerabilidade atendidas até 2024. A prática de tráfico de pessoas e o trabalho forçado são considerados algumas das violações mais graves dos direitos humanos, e o projeto tem se mostrado uma ferramenta eficaz no processo de recuperação emocional e física dessas pessoas, proporcionando-lhes não apenas cuidados, mas também um recomeço em suas vidas.