A gravidez na adolescência tem se mostrado uma realidade crescente em cidades como Piracicaba e Limeira, no interior de São Paulo, com aumentos nos números de gestantes jovens em 2023. Segundo dados do DataSUS, o número de mulheres grávidas antes dos 20 anos subiu 5,8% em Piracicaba e 8,7% em Limeira, refletindo o impacto de fatores como o estigma social, o abandono familiar e a interrupção de estudos e trabalho. Esse cenário tem gerado preocupações sobre a saúde mental dessas jovens mães, que frequentemente enfrentam desafios emocionais que podem afetar os cuidados com os filhos.
Para ajudar a melhorar a qualidade de vida das gestantes e o desenvolvimento dos bebês, a Universidade de São Paulo (USP) oferece o programa Primeiros Laços, que acompanha jovens grávidas nas cidades de Indaiatuba e Jaguariúna. O programa foca no apoio à saúde mental das mães, além de fornecer orientações práticas sobre cuidados com os recém-nascidos. De acordo com os especialistas, esse acompanhamento tem mostrado resultados positivos, incluindo a melhora do vínculo materno e do desenvolvimento cognitivo e social das crianças, especialmente quando comparado com as mães que não receberam suporte.
O programa também tem gerado benefícios econômicos para a rede de saúde municipal, com uma redução significativa no número de visitas às unidades de saúde. As mães que participam do programa frequentemente relatam uma melhoria em sua saúde mental, com destaque para a sensação de alívio ao receber visitas domiciliares, que permitem que compartilhem suas dificuldades e se sintam apoiadas. Esse tipo de cuidado personalizado tem contribuído para a promoção de uma infância mais saudável e de uma maternidade mais equilibrada para as jovens mães da região.