Servidores municipais, especialmente professores da rede pública do Rio de Janeiro, continuam em greve contra o Projeto de Lei Complementar 186/24, que foi aprovado em primeira discussão pela Câmara dos Vereadores. O projeto, proposto pela Prefeitura, propõe mudanças significativas na carga horária, licença especial e gestão das férias dos profissionais de educação. A principal alteração é a recontagem da carga horária dos professores, que passaria a ser feita por minutos, aumentando a carga mensal de aulas. Além disso, o projeto extingue a licença-prêmio e impõe novas regras para a gestão das férias, permitindo seu parcelamento em até três períodos. A proposta foi amplamente criticada por sindicatos e vereadores, que a consideram prejudicial aos direitos dos professores.
Após a aprovação do projeto em primeira discussão, centenas de professores se reuniram em protestos, incluindo uma passeata até a Prefeitura e uma vigília na Cinelândia, com o objetivo de pressionar os vereadores a rejeitarem a proposta. Durante as manifestações, ocorreram confrontos com a Polícia Militar, que utilizou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Os protestos refletem a insatisfação com o que é visto como uma tentativa de precarização das condições de trabalho na educação pública. A greve da categoria, iniciada em 25 de novembro, segue sem previsão de término, com uma nova assembleia agendada para avaliar a continuidade das mobilizações.
O projeto ainda precisa ser aprovado em segunda discussão, prevista para quinta-feira (5). As emendas ao texto original serão analisadas posteriormente. Embora a prefeitura defenda que as mudanças são necessárias para corrigir distorções na contagem da carga horária e outros benefícios, o Sindicato dos Professores promete recorrer à Justiça para barrar a proposta. A mobilização dos profissionais da educação segue forte, com a expectativa de que a proposta seja revista ou retirada da pauta.