A safra de laranja de 2024/25 nos estados de São Paulo e Triângulo Mineiro, que juntas concentram a maior produção citrícola do Brasil, deve atingir 223,14 milhões de caixas, uma redução de cerca de 4% em relação à previsão anterior. A diminuição na quantidade colhida é reflexo de fatores como o calor excessivo e a ocorrência da doença greening, que afetaram tanto a produção atual quanto a estimada para a próxima temporada. A produção deste ano também está sendo impactada por uma oferta ainda abaixo do esperado, que resultou em um pequeno aumento nos preços das frutas no mercado.
A qualidade das laranjas melhorou, mas a escassez de oferta continua a pressionar o mercado, refletindo-se em uma queda nos preços, como no caso do suco de laranja, cujas exportações estão em ritmo lento. As condições climáticas desfavoráveis, como altas temperaturas e falta de chuvas, também têm afetado negativamente a produção, especialmente em áreas mais sensíveis ao estresse hídrico. Além disso, o setor também observa um aumento nas importações de laranja in natura, que subiram 87% até julho deste ano, em resposta à escassez doméstica.
Por fim, o impacto do greening (huanglongbing), uma doença incurável que afeta pomares de cítricos, tem aumentado nos últimos anos, com a incidência chegando a 38% em 2023. Essa situação, aliada ao clima adverso, levanta preocupações sobre a sustentabilidade da produção e as perspectivas para a próxima safra, que promete ser uma das menores dos últimos dez anos. O setor citrícola brasileiro está, portanto, enfrentando uma combinação de desafios econômicos e ambientais que podem afetar a oferta de laranja tanto no mercado interno quanto externo.