A produção global de alimentos aquáticos cultivados atingiu um marco histórico, superando pela primeira vez a captura de peixes selvagens, de acordo com um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura). Em 2023, a produção de pescados e aquicultura alcançou 223 milhões de toneladas métricas, com valor estimado de US$ 472 bilhões. A aquicultura, responsável por mais de 50% dessa produção, tem sido o principal motor desse crescimento. No entanto, o relatório também destaca a continuidade de práticas pesqueiras predatórias e a degradação dos estoques pesqueiros manejados de forma sustentável, o que representa um risco para o equilíbrio ambiental global.
O estudo aponta que 63% dos produtos aquáticos cultivados vêm de águas continentais, enquanto 37% são provenientes de ambientes marinhos e costeiros. Apesar do avanço na aquicultura, a FAO alerta para a necessidade de melhorar o manejo dos estoques pesqueiros selvagens, que ainda está aquém do necessário para garantir a sustentabilidade a longo prazo. Isso inclui um aumento contínuo na pressão sobre os ecossistemas marinhos e de água doce, o que pode comprometer a saúde do planeta.
Em relação à força de trabalho do setor, o estudo também revela que as mulheres representam 24% dos trabalhadores da pesca e aquicultura, um aumento de 3% em comparação a 2022. Além disso, elas constituem 62% da mão de obra no processamento de pescados. A Ásia segue como o principal polo de produção global, concentrando mais de 70% da produção de animais aquáticos e 90% da aquicultura, o que destaca a importância estratégica do continente no setor pesqueiro mundial.