O procurador-geral da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (16) a libertação de 533 pessoas que haviam sido presas por sua participação em protestos pós-eleitorais. Esses protestos ocorreram após as eleições presidenciais de julho, nas quais o atual presidente foi declarado vencedor pelas autoridades eleitorais do país. De acordo com o governo, mais de 2 mil pessoas foram detidas em decorrência dos protestos, mas grupos de direitos humanos, como o Foro Penal, afirmam não ter conseguido verificar todas as liberações anunciadas.
A oposição venezuelana e diversos países, incluindo organismos internacionais, não reconhecem os resultados da eleição, alegando irregularidades no processo e na apuração dos votos. A falta de transparência nas atas eleitorais, que não foram divulgadas pelo Conselho Nacional Eleitoral, alimenta a desconfiança sobre a legitimidade da vitória do presidente. Em contraste, a oposição divulgou documentos que afirmam que o ex-diplomata, aliado de uma figura política proeminente, teria vencido com ampla margem, mas esses documentos são contestados pelo governo.
Além das detenções, organizações de direitos humanos relatam que, desde o pleito de julho, ao menos 2.400 pessoas foram presas, e 24 morreram em meio aos protestos e confrontos. A investigação contra um opositor, acusado de divulgar as atas eleitorais, também reflete o ambiente de polarização política que segue marcando a Venezuela após as eleições, gerando tensão tanto no país quanto no cenário internacional.