O general de quatro estrelas, detido recentemente pela Polícia Federal, encontra-se preso em uma unidade do Exército no Rio de Janeiro, mais especificamente no Comando da 1ª Divisão de Exército. Embora seja tratada como prisão, as condições de detenção são distintas, com o general sendo mantido em um quarto exclusivo, equipado com armário, frigobar, televisão, ar-condicionado e banheiro. A situação gerou questionamentos, já que a prisão ocorre em um ambiente com características especiais para oficiais de alta patente, conforme o Estatuto dos Militares, que prevê a detenção em locais onde o comandante tenha precedência hierárquica sobre o preso.
A prisão do general é motivada por investigações sobre uma possível articulação para um golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. De acordo com a Polícia Federal, o militar teria desempenhado um papel importante no planejamento de ações golpistas, incluindo a coordenação de ataques por meio de milícias digitais e a elaboração de documentos relacionados ao plano. As apurações indicam ainda que o general estaria envolvido no financiamento de atividades ilegais e na obtenção de dados confidenciais. A Procuradoria-Geral da República justificou a prisão preventiva como uma medida para evitar interferências nas investigações.
A defesa do militar nega as acusações e afirma que se manifestará nos autos assim que tiver acesso completo aos elementos do caso. O incidente, que marca a primeira prisão de um general de quatro estrelas no Brasil, ocorre em um momento delicado, com o governo federal e as autoridades competentes acompanhando de perto o desdobramento das investigações. A prisão tem gerado debate sobre as normas de detenção de militares e sobre os privilégios associados a altos oficiais durante o processo legal.