O líder indígena José Acácio Serere Xavante, também conhecido como cacique Serere, foi detido na noite de domingo (22), na fronteira entre Brasil e Argentina, e levado para Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele deve passar por audiência de custódia na segunda-feira (23). A prisão ocorreu após o indígena violar medidas cautelares impostas por decisão judicial, que o obrigavam a usar tornozeleira eletrônica. Serere havia deixado a prisão em setembro de 2023, após ser preso anteriormente, acusado de envolvimento em atos contra o sistema democrático.
Serere Xavante já havia sido preso em 2022, acusado de ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e incitar ações violentas contra a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em setembro de 2023, ele foi liberado sob condições cautelares, mas acabou indo para a Argentina, onde buscou asilo político. Durante sua permanência no país vizinho, foi encontrado pela polícia argentina e, por estar sem documentos, foi conduzido à Polícia Federal na cidade de Foz do Iguaçu, onde foi identificado.
A defesa de Serere argumenta que a prisão foi ilegal, uma vez que não existe pedido formal de extradição para o indígena, nem uma condenação definitiva contra ele, com a ação penal ainda em fase de instrução. O advogado do líder indígena também ressaltou que ele tem o direito de permanecer na Argentina enquanto aguarda a decisão sobre seu pedido de asilo político. A prisão foi autorizada pelo STF, com base na violação das medidas cautelares previamente estabelecidas.