A prisão do ex-ministro e general Walter Braga Netto, acusação considerada de grande peso pela Polícia Federal, não deve acelerar o cronograma da Procuradoria-Geral da República (PGR) para o fechamento do inquérito sobre o golpe. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, mantém a previsão de que as conclusões sobre o caso, que envolvem mais de 40 indiciados, sejam apresentadas no início de 2025, sem alteração no ritmo dos trabalhos, apesar da detenção de Braga Netto. Fontes próximas ao processo informam que a PGR analisará com cautela as provas reunidas pela PF, incluindo depoimentos e perícias, que somam milhares de páginas.
Braga Netto foi preso preventivamente por supostamente tentar obstruir a investigação, incluindo tentativas de obter informações sigilosas sobre uma delação importante para o caso. A prisão do general, que integrou a alta cúpula do governo anterior e foi vice na chapa presidencial de 2022, é vista como um marco nas apurações, embora não altere os prazos definidos pela PGR. Gonet está focado em avaliar a consistência das evidências antes de formalizar qualquer denúncia.
A análise final do caso, que será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) após a conclusão do inquérito, poderá resultar no julgamento ainda no primeiro semestre de 2025. No entanto, o recesso judicial, que começa na próxima semana, poderá afetar o ritmo do processo, mas não deve comprometer o cronograma estabelecido pela PGR.