Uma mulher trans de 31 anos foi submetida a uma cirurgia de redesignação sexual inédita em Santa Catarina, utilizando a técnica peritoneal via robótica. O procedimento, realizado no Hospital Santa Isabel, em Blumenau, no dia 10 de dezembro, foi o primeiro desse tipo no Brasil. Com duração de mais de cinco horas, a cirurgia foi bem-sucedida, e a paciente, natural de Belo Horizonte, recebeu alta três dias após a operação, sem queixas de dor ou complicações pós-operatórias.
A técnica peritoneal via robótica foi escolhida por sua capacidade de aumentar a profundidade vaginal de forma mais eficaz, especialmente em casos onde há falta de pele na região genital ou complicações em cirurgias anteriores. A cirurgia utiliza parte do peritônio, uma membrana abdominal fina e resistente, para revestir o canal vaginal, proporcionando um ganho de profundidade de 20 a 22 centímetros, contra os 15 centímetros da técnica convencional de inversão peniana. A precisão da robótica facilita o procedimento e acelera a recuperação, tornando-o menos invasivo.
O uso da robótica no procedimento foi uma inovação que trouxe vantagens tanto estéticas quanto funcionais. A tecnologia permitiu uma execução precisa e simultânea das duas partes da cirurgia: a estética vaginal e o procedimento abdominal. A técnica foi autorizada pela operadora de saúde da paciente, e médicos envolvidos no processo esperam que convênios de saúde ampliem a cobertura para cirurgias de redesignação sexual assistidas por robótica no futuro.