O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, enfrenta uma crescente pressão política após a renúncia da vice-premiê e ministra das Finanças, Chrystia Freeland. A crise teve início com discordâncias internas sobre a resposta do governo à ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre os produtos canadenses. A saída de Freeland aprofundou a instabilidade política, e membros do Partido Liberal começaram a questionar a liderança de Trudeau, com alguns até sugerindo sua renúncia.
A situação é ainda mais complicada pela perda de popularidade de Trudeau, refletida nos últimos dados econômicos e nas pesquisas eleitorais, que apontam uma provável vitória do Partido Conservador nas próximas eleições. A alta do custo de vida e o déficit fiscal de US$ 43,4 bilhões (50% acima do esperado) exacerbam o clima de incerteza no governo. A previsão de crescimento do PIB também foi reduzida, refletindo a fragilidade da economia canadense em meio ao cenário político conturbado.
Com o iminente risco de uma moção de desconfiança no Parlamento, que pode ocorrer no início de 2025, Trudeau precisa enfrentar uma situação delicada. O aumento das tensões com os Estados Unidos, aliado ao impacto econômico negativo, coloca o Canadá em um momento crítico, no qual a estabilidade política e a recuperação econômica estão em jogo. O governo de Trudeau, que já enfrentava desafios antes dessa crise, agora se vê diante de um possível rearranjo político e de uma eleição cada vez mais disputada.