O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se manifestou em defesa da realização do 18º Encontro do Poder Judiciário, que aconteceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, apesar de uma investigação em curso pela Polícia Federal envolvendo magistrados do estado. O evento foi mantido mesmo diante da apuração sobre a possível venda de sentenças, e Barroso enfatizou a importância de não tomar decisões precipitadas antes da conclusão do processo investigatório. Segundo ele, cancelar o encontro seria um julgamento antecipado e contradiz o princípio de não pré-julgar, que é fundamental no sistema jurídico.
Barroso destacou que, no contexto do Judiciário, a atuação deve se basear no devido processo legal e que qualquer sanção só deve ser imposta após a completa apuração dos fatos. O presidente do STF reafirmou que o Judiciário não compactua com práticas ilícitas, mas que qualquer tipo de condenação deve ocorrer ao final do processo legal, conforme os princípios que regem a justiça. Ele ressaltou que a realização do evento no estado de Mato Grosso do Sul era uma oportunidade para reafirmar esses valores.
O encontro, que reuniu autoridades do Judiciário de diversas partes do Brasil, foi um momento de debate sobre questões relevantes para o poder judicial. A decisão de Barroso de manter o evento em Mato Grosso do Sul, apesar das investigações, visou não apenas o fortalecimento da independência do Judiciário, mas também a promoção da transparência e do respeito aos procedimentos legais em andamento.