O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., comentou recentemente que qualquer tentativa de impeachment contra a vice-presidente Sara Duterte representaria uma distração para o Congresso e não traria benefícios à população. Essa declaração gerou críticas de alguns grupos legislativos, especialmente de aliados da oposição, que acusaram Marcos de tentar impedir o processo de impeachment e de enfraquecer o Congresso. Duterte, que enfrenta investigações por suposto uso indevido de fundos públicos, também se envolveu em polêmicas relacionadas a ameaças de morte ao presidente e a outros membros do governo, as quais ela tentou minimizar, alegando que foram tiradas de contexto.
Apesar da controvérsia, Marcos manteve que as discussões sobre o impeachment seriam uma “tempestade em copo d’água”, sugerindo que tais assuntos não ajudariam a resolver os problemas mais urgentes do país. Por outro lado, parlamentares de esquerda, como France Castro, Arlene Brosas e Raoul Manuel, defenderam que o Congresso deveria manter sua independência e prosseguir com o processo de impeachment, destacando que é essencial que os responsáveis sejam chamados à responsabilidade. A oposição viu a declaração de Marcos como uma tentativa de interferir na autonomia legislativa.
Além disso, a relação política entre Marcos e Duterte tem se mostrado tensa, com a vice-presidente indicando a possibilidade de um rompimento na aliança que uniu as duas figuras políticas nas eleições presidenciais. Marcos, ao ser questionado sobre a viabilidade de uma reconciliação, respondeu de forma ambígua, afirmando que “nunca se deve dizer nunca”. No sistema político das Filipinas, o cargo de vice-presidente é eleito separadamente do presidente, o que aumenta a complexidade das relações de poder no país.