As representações do nascimento de Jesus, especialmente os presépios, são uma das mais antigas tradições natalinas, comuns em muitas casas durante essa época do ano. A tradição teve início em 1223 com São Francisco de Assis em Greccio, na Itália, e desde então evoluiu, tanto como expressão religiosa quanto como forma de arte. Em Juiz de Fora, a arte-sacra é uma grande fonte de inspiração para artistas locais, como Yure Mendes, que há dez anos se dedica à criação de presépios. Seu trabalho mistura religiosidade e criatividade, algo que ele herdou de sua avó, que montava presépios todos os anos.
Yure Mendes, que antes trabalhava como metalúrgico, se consolidou como artista plástico e conquistou várias premiações com seus presépios, participando de concursos nacionais, como os da Fundação de Arte de Ouro Preto e da Universidade Federal de São João Del Rei. Para ele, a arte-sacra vai além da religiosidade cristã, sendo uma forma de manifestação artística plural e diversa, que reflete a miscigenação do povo brasileiro. Neste Natal, ele está com uma exposição chamada “Tradição e Arte” no Independência Shopping, em Juiz de Fora, onde compartilha sua visão criativa sobre os presépios.
Além de Yure, a tradição dos presépios também é cultivada por pessoas da comunidade, como Heloísa Moreira, que desde criança é apaixonada por essa prática. Após receber seu primeiro presépio como presente da filha, Heloísa começou a personalizar e criar os seus próprios, utilizando materiais simples como papelão, serragem e palitos de picolé. Para ela, o Natal é um tempo de renovação e esperança, algo essencial para enfrentar os desafios do cotidiano. Sua dedicação ao Natal reflete a importância da fé e da esperança em tempos difíceis, mantendo viva a tradição familiar e a beleza da arte do presépio.