A Prefeitura de São Paulo iniciou o processo de rescisão dos contratos com as empresas de ônibus UpBus e Transwolff, que estão sendo investigadas por possível envolvimento com organizações criminosas. Ambas as empresas estão sob intervenção da SPTrans desde abril, após fiscalização que detectou inconformidades operacionais e financeiras, além de falhas na infraestrutura e manutenção dos veículos. A decisão foi tomada por um conjunto de órgãos municipais, incluindo a Secretaria Municipal da Fazenda e a Procuradoria Geral do Município. As empresas terão 15 dias para se manifestar sobre a decisão.
A rescisão ocorre no contexto de uma investigação de longa duração, a Operação Fim da Linha, que apura indícios de lavagem de dinheiro e outros crimes associados ao tráfico de drogas e roubos, como o furto de 770 quilos de ouro no Aeroporto de Guarulhos. A operação, conduzida pelo GAECO, Receita Federal e Cade, também levanta suspeitas de sonegação fiscal relacionada à compra e venda de imóveis. Em sua fase mais recente, a operação resultou em prisões e apreensões, além de identificar movimentações financeiras suspeitas nas empresas investigadas.
Apesar das ações contra as empresas, a Prefeitura garantiu que os serviços de transporte público não serão interrompidos, e que os pagamentos a funcionários e fornecedores das concessionárias continuarão sendo feitos normalmente. A Transwolff, que transporta cerca de 583 mil passageiros diários, e a UpBus, com 73 mil passageiros, juntas representam uma parte significativa do sistema de transporte da cidade, com contratos que somaram bilhões de reais em repasses da prefeitura. A investigação segue em andamento, com o setor de transporte público sob vigilância devido à suspeita de infiltração do crime organizado.