A prisão de um militar, ocorrida no Rio de Janeiro no último sábado (14), gerou especulações sobre a possibilidade de uma delação premiada. De acordo com fontes próximas ao investigado, a chance de ele colaborar com as autoridades, como ocorreu com outro ex-integrante da administração anterior, é considerada muito pequena. Isso ocorre, em parte, pelo temor de ser visto como um traidor por seus aliados políticos e pela ambição de manter uma futura carreira eleitoral. Além disso, o risco de uma condenação severa que envolva a perda de direitos políticos e uma possível longa prisão contribui para a incerteza sobre suas ações.
O inquérito no qual o militar está envolvido apura uma série de crimes relacionados a uma tentativa de golpe de Estado, com o envolvimento de forças militares e outras operações ilegais. Entre as medidas tomadas pela Polícia Federal (PF), estavam a apreensão de dispositivos eletrônicos e buscas em sua residência. Apesar de seu papel central nas investigações, a possibilidade de uma colaboração espontânea permanece remota. A análise sobre sua conduta é complexa, considerando o contexto político e as repercussões de sua possível delação.
A situação é comparada com a de outros membros do círculo próximo a figuras políticas, como o caso de um ex-ajudante de ordens que também foi cogitado para uma delação. Entretanto, a diferenciação no caso atual está na gravidade das acusações, uma vez que o militar investigado é visto como peça central na trama que envolveu ações clandestinas e tentativas de manipulação de informações. A análise dos investigadores aponta sua participação ativa e estratégica em eventos que comprometeram a integridade de instituições governamentais.