A tradição de servir peru na ceia de Natal tem uma explicação interessante ligada à diferença de tamanho entre os machos e as fêmeas. Enquanto o macho cresce muito mais, atingindo até 25 kg, a fêmea, a perua, chega a um peso menor, o que a torna ideal para ser comercializada em pedaços. Esse fator é vantajoso para os produtores, que preferem vender partes da ave, especialmente após o abate das peruas, que ocorre por volta das 10 semanas de vida, quando atingem cerca de 5 kg.
O processo de criação das aves é adaptado para lidar com essas diferenças de crescimento. Os machos são alimentados separadamente das fêmeas para evitar que o maior consumo de ração do peru prejudique o desenvolvimento da perua. As fêmeas, além de atingirem um peso mais baixo, possuem uma vida útil mais curta, sendo abatidas mais cedo. Já os machos, com um ciclo de vida mais longo, são destinados principalmente ao mercado de produtos processados, como peito de peru e salsichas.
Outro fator que influencia o custo das aves é o preço dos pintos e ovos, que são mais caros devido à menor produção de ovos pela perua. Enquanto uma galinha comum pode botar até 180 ovos por ano, a perua produz cerca de 80, o que torna o processo de criação mais caro. Esses aspectos explicam o preço elevado do peru, especialmente na época do Natal, quando ele é um item tradicional nas ceias.