O cenário econômico internacional tornou-se mais desafiador para o Brasil, com o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, adotando uma postura de juros mais altos por mais tempo, o que impacta diretamente a economia brasileira. A expectativa de que a eleição de Donald Trump fortaleceria o dólar se concretizou, com a moeda americana se valorizando, especialmente frente ao real. Esse movimento é um reflexo de um cenário global de incertezas econômicas, agravado pela postura do governo dos EUA em relação à política monetária.
Dentro deste contexto, a política econômica do governo brasileiro, que já enfrentava desafios internos, se torna ainda mais frágil. A gestão fiscal, que deveria ser uma prioridade para garantir a estabilidade econômica, continua sendo um ponto de discórdia. O governo, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adota uma posição de que os altos juros e a volatilidade cambial são resultados de especulação, ao invés de uma realidade que demanda ações concretas para mitigar seus impactos.
Apesar de uma possível crise imediata não ser iminente, o Brasil caminha para uma situação em que suas opções de políticas econômicas começam a se esgotar, tornando mais difíceis as negociações políticas e econômicas tanto no âmbito interno quanto externo. A falta de uma resposta eficaz e a insistência em soluções paliativas podem reduzir ainda mais a margem de manobra do governo, complicando a gestão da economia e aprofundando a desconfiança dos agentes econômicos.