Um policial militar de 24 anos, envolvido em dois casos de mortes durante operações de segurança em São Paulo, havia sido reprovado em um exame psicológico ao tentar ingressar na corporação em 2021. A avaliação apontou dificuldades de sociabilidade, instabilidade emocional e tendência ao descontrole, fatores que, segundo os especialistas, poderiam comprometer o desempenho do candidato nas atividades policiais. Apesar disso, ele foi aprovado em uma segunda tentativa no mesmo ano, após contestar judicialmente o resultado do primeiro exame, embora o pedido tenha sido negado pela Justiça.
O policial foi responsabilizado por matar um homem em um supermercado da Zona Sul de São Paulo, após o suposto roubo de produtos de limpeza. O incidente foi registrado como execução, já que a vítima foi baleada pelas costas sem oferecer resistência ou indicar estar armada. Este episódio se soma a outro ocorrido em 2023, em que o policial alegou legítima defesa ao disparar contra dois homens que, segundo ele, tentaram assaltá-lo. Ambos os suspeitos morreram, mas a suposta arma nunca foi encontrada, e o caso segue em investigação judicial.
Após o segundo incidente, o policial foi afastado das atividades operacionais pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. A corporação aguarda as conclusões da investigação sobre os dois episódios fatais, e caso se comprove responsabilidade criminal, o militar poderá ser sujeito a um processo disciplinar que poderá resultar na sua exclusão da Polícia Militar. A situação levanta questões sobre o processo seletivo e as condições psicológicas para ingresso na corporação, especialmente em cargos de risco.