Uma operação realizada nesta segunda-feira (16) em São Paulo resultou na prisão de nove pessoas, incluindo cinco policiais militares, acusados de envolvimento em um esquema de extorsão contra ambulantes no Centro da cidade. A investigação, liderada pela Corregedoria das Polícias e pelo Ministério Público, revelou que a milícia cobrava valores semanais entre R$ 200 e R$ 300 de comerciantes informais, além de um pagamento anual de até R$ 15 mil. A ação teve como foco a exploração de imigrantes, especialmente aqueles vindos do Senegal e do Equador, que eram forçados a pagar taxas abusivas para poderem trabalhar nas ruas.
Durante a operação, foram encontrados R$ 145 mil na residência de um dos investigados, além de documentos que evidenciam o controle financeiro do esquema criminoso. Os policiais militares envolvidos utilizavam sua posição de autoridade para ameaçar e agredir as vítimas, e em casos onde o pagamento não era efetuado, recorriam à violência ou mesmo à cobrança de juros abusivos através de agiotas. Além disso, alguns comerciantes que não conseguiam pagar as taxas eram removidos à força de seus pontos de venda.
A operação, batizada de “Aurora”, foi desencadeada após denúncias feitas por vítimas que relataram os abusos desde março deste ano. As investigações apontaram que os criminosos operavam de forma estruturada, com controle rigoroso das cobranças. O Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar agora esperam ampliar o número de depoimentos e alcançar novas vítimas dispostas a colaborar com a apuração. Esse caso se soma a outros esquemas de extorsão conhecidos na região do Brás, que envolvem desde a venda ilegal de espaços públicos até a atuação de quadrilhas de fiscais.