A Polícia Federal (PF) iniciou, nesta segunda-feira (23), a segunda fase da Operação Overclean, que investiga um esquema criminoso de fraudes em licitações e desvios de emendas parlamentares, envolvendo políticos e servidores públicos. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva e um afastamento cautelar de um servidor público. A operação também determinou o sequestro de cerca de R$ 4,7 milhões em bens e veículos de luxo, que a PF acredita terem sido obtidos por meio de atividades ilícitas. Os mandados estão sendo cumpridos em Brasília e nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista.
De acordo com a PF, o esquema criminoso movimentou aproximadamente R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões em contratos com órgãos públicos somente em 2024. Até o dia 10 de dezembro, a força-tarefa já havia realizado 17 prisões preventivas e cumprido 43 mandados de busca e apreensão em cinco estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. As investigações envolvem crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, e lavagem de dinheiro.
No contexto da investigação, a PF flagrou uma tentativa de pagamento de propina, no valor de R$ 1,5 milhão, transportada por um jatinho de Salvador para Brasília. A operação é parte de um esforço contínuo para desmantelar redes criminosas que atuam em fraudes relacionadas a contratos públicos, com a colaboração de diversas entidades como o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU). A ação reflete um combate mais amplo à corrupção e aos esquemas de desvio de recursos públicos no país.