A Polícia Federal prendeu preventivamente o general da reserva, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente, após indícios de que ele teria agido para obstruir investigações relacionadas à tentativa de golpe que visava impedir a posse do atual presidente. A prisão ocorreu em sua residência, no Rio de Janeiro, no sábado (14), após uma operação discreta. Braga Netto, que também foi um dos 40 indiciados no inquérito, é acusado de ter interferido nas investigações sobre o plano golpista e de ter tentado acessar informações sigilosas relacionadas à colaboração de outros envolvidos.
As investigações revelaram novos elementos que indicam a participação ativa do ex-ministro no embaraço das apurações. Um desses elementos foi a troca de mensagens com outros envolvidos, que buscavam informações sobre a colaboração de um ex-assessor de Bolsonaro. Além disso, depoimentos de pessoas próximas a ele apontam para o envolvimento do general em uma tentativa de financiamento e organização de ações golpistas, o que inclui a arrecadação de recursos para um plano denominado “Operação Punhal Verde Amarelo”, cujo objetivo seria manter o ex-presidente no poder.
A prisão de Braga Netto ocorre em meio a uma série de desdobramentos que continuam a ser analisados pela Procuradoria-Geral da República. A defesa do general refuta as acusações e garante que terá a oportunidade de se manifestar sobre os fatos assim que tiver acesso completo aos detalhes do inquérito. O Exército brasileiro afirmou que está acompanhando as diligências determinadas pela Justiça, enquanto a Polícia Federal mantém as investigações sobre o caso, que também envolve outras figuras de destaque no cenário político e militar.