O ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, Walter Souza Braga Netto, foi preso após investigações da Polícia Federal (PF) que indicaram que ele teria tentado acessar informações sigilosas sobre a delação premiada de um ex-assessor. De acordo com fontes próximas à apuração, essa tentativa de obstrução da justiça teria sido um dos motivos-chave para a emissão do mandado de prisão, cumprido no último sábado. A PF revelou que Braga Netto estaria atrapalhando o andamento das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado que ainda está sendo apurada.
Durante o inquérito, a PF encontrou um documento com perguntas e respostas sobre o acordo de colaboração premiada de um ex-assessor, que estava na mesa de trabalho de um assessor de Braga Netto. As investigações apontam que, possivelmente, houve tentativas de obter informações privilegiadas relacionadas à delação, com perguntas formuladas e respondidas em detalhes sobre o conteúdo do acordo de colaboração. Em depoimentos anteriores, o ex-assessor negou qualquer vazamento de informações, embora o documento encontrado levante suspeitas sobre o interesse de algumas figuras próximas ao ex-ministro em acessar essas declarações.
O depoimento de um dos envolvidos na trama golpista foi considerado essencial para manter os benefícios da colaboração premiada. Além disso, a atuação de Braga Netto nas tentativas de obstrução à justiça parece ter sido um dos elementos cruciais que levaram à sua prisão. A investigação segue em curso, e novos detalhes podem surgir à medida que a PF continua a apurar as ações de pessoas ligadas aos episódios de tentativa de golpe.