Em fevereiro de 2024, durante a Operação Tempus Veritatis, a Polícia Federal apreendeu um documento que reforçou as suspeitas de envolvimento de um ex-assessor da Presidência em um plano de desestabilização política após a derrota nas eleições de 2022. O documento, um rascunho de discurso que teria sido preparado para ser lido pelo então presidente após a eleição, levanta acusações de fraude eleitoral e sugere que a derrota foi resultado de um “contra-ataque do sistema”. O material foi encontrado em um HD externo na residência de outro ex-assessor, ligado ao chamado “gabinete do ódio”, e inclui alegações sobre manipulação das urnas e dos meios de comunicação.
A investigação da Polícia Federal aponta que o documento foi elaborado para criar um discurso que descreditasse os resultados das eleições, insinuando que hackers e fraudes teriam interferido no processo eleitoral. Além disso, a PF acusa o ex-assessor de integrar o núcleo jurídico de um possível golpe, com envolvimento na elaboração de um plano que envolvia a prisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal e a anulação do resultado das eleições. O ex-assessor está entre os 37 indiciados por crimes como organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de direito.
A defesa do ex-assessor, por sua vez, refuta as acusações, afirmando que o indiciamento se baseia em suposições e informações falsas. A defesa alega que não existem provas concretas que comprovem a participação do cliente no suposto esquema e afirma que ele foi alvo de uma prisão ilegal baseada em um documento não oficial, que, segundo eles, foi desmentido por evidências de investigações brasileiras e americanas. A disputa jurídica continua, com a defesa buscando reverter as acusações e provar a inocência do ex-assessor, contestando as alegações de manipulação e abuso de poder por parte das autoridades envolvidas.