A Polícia Federal realizou uma operação no sábado (14) em Brasília, visando o coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, em um desdobramento da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Além de Peregrino, o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil também foi alvo da operação. Peregrino, que passou para a reserva em 2020, ocupou diversos cargos no governo anterior, incluindo funções no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na Casa Civil e no Ministério da Defesa. Atualmente, ele trabalha como assessor de comunicação na Câmara Legislativa do Distrito Federal, no gabinete do deputado Thiago Manzoni.
A investigação aponta que Peregrino e outros envolvidos estavam associados a tentativas de obstruir a justiça e promover uma ruptura institucional após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro. Documentos apreendidos indicam que o grupo planejava interferir nas investigações sobre a colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Em um dos arquivos encontrados, foi identificado um planejamento que visava impedir a posse do atual presidente, com base em interpretações equivocadas da Constituição.
Embora Peregrino não tenha sido indiciado formalmente por sua participação no golpe, a Polícia Federal identificou sua conexão com tentativas de acessar depoimentos e manipular informações cruciais para o andamento das investigações. O deputado Thiago Manzoni, que o contratou para seu gabinete, afirmou que ainda aguarda mais informações sobre o caso e ressaltou o princípio da presunção de inocência, aguardando o desenrolar das diligências.