A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal, investiga um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo fraudes em licitações e o desvio de emendas parlamentares, com ramificações em diversos estados do Brasil, incluindo Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Amapá e Goiás. O foco da investigação recai sobre uma rede de empresas e agentes públicos que manipulavam contratos com órgãos estaduais e municipais, movimentando milhões de reais de forma ilícita. Entre os principais envolvidos, estão empresários e políticos suspeitos de fraudar processos licitatórios em troca de propinas.
A investigação começou após a identificação de superfaturamento em contratos de pavimentação em municípios baianos e se expandiu para outros estados à medida que surgiram novas evidências de irregularidades financeiras. A Polícia Federal descobriu que os envolvidos utilizavam empresas de fachada para simular serviços inexistentes e movimentavam grandes quantias por meio de operações financeiras suspeitas. Entre os contratos analisados, há casos envolvendo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e prefeituras de cidades como Campo Formoso e Salvador.
Além dos empresários e servidores públicos, a operação também atingiu políticos locais, incluindo um vereador da Bahia, que foi preso após tentar se livrar de uma quantia significativa de dinheiro. A investigação também apontou o uso de estratégias para destruir provas, como a troca de aparelhos celulares e a utilização de máquinas trituradoras. A Polícia Federal estima que o grupo investigado tenha movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, com contratos que ultrapassam R$ 825 milhões em 2024.