Na manhã desta segunda-feira (9), a Polícia Federal iniciou a Operação Expurgare, visando desmantelar uma organização criminosa com um patrimônio estimado em cerca de R$ 1 bilhão. A operação abrangeu os estados do Amazonas, Pernambuco e Rondônia, e envolveu investigações que apontam para fraudes fundiárias e a emissão de documentos falsificados, com foco no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). A facção criminosa teria se infiltrado em cargos estratégicos dentro do órgão para facilitar práticas ilegais, como o desmatamento irregular e a emissão de licenças ambientais fraudulentas.
A Operação Expurgare é a terceira fase de uma investigação mais ampla, que teve início com a Operação Greenwashing. A primeira fase revelou um esquema de falsificação de títulos de propriedade, que resultou na apropriação indevida de aproximadamente 538 mil hectares de terras públicas, em sua maioria localizadas no interior do Amazonas. Entre 2016 e 2018, a organização criminosa expandiu suas atividades para outras regiões, como Apuí e Nova Aripuanã, utilizando dados falsos para inserir informações fraudulentas no Sistema de Gestão Fundiária.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, além de ordens de prisão preventiva, com o objetivo de desarticular completamente o esquema criminoso. A operação foi autorizada pela 7ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Manaus/AM. Durante a ação, foram apreendidos cerca de R$ 1 bilhão em posse da organização. As investigações revelaram a complexidade da rede criminosa, que envolvia servidores públicos e técnicos responsáveis pela gestão fundiária e ambiental no estado do Amazonas.