A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação em São Paulo para desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico de pessoas, com foco em famílias afegãs. Estas vítimas, que buscavam refúgio no Brasil após a retomada do Talibã ao poder em 2021, estavam acampadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os criminosos atraíam as vítimas com promessas falsas de viagens para os Estados Unidos, e a operação resultou em quatro mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão preventiva.
O tráfico de pessoas está frequentemente associado a crimes como tráfico de órgãos, exploração sexual e trabalho escravo. De acordo com a PF, as investigações continuam para identificar outras pessoas envolvidas na rede criminosa. Em 2023, um relatório da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) indicou que mais de 11 mil refugiados afegãos chegaram ao Brasil entre 2022 e 2024, gerando uma preocupação crescente com a vulnerabilidade dessas pessoas a grupos criminosos.
O governo brasileiro tem se mobilizado para combater o tráfico de pessoas. Em 2024, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou o IV Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, com metas até 2028. A legislação vigente desde 2016 prevê penas severas para os envolvidos nesse tipo de crime, com aumento das penas quando as vítimas pertencem a grupos vulneráveis, como crianças, idosos ou pessoas com deficiência. O compromisso do país em enfrentar essa questão é refletido no fortalecimento de políticas públicas e no apoio internacional.