A Polícia Federal deflagrou a Operação Overclean, que cumpriu 15 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão em estados como São Paulo, Goiás e Bahia. A investigação revelou um esquema criminoso envolvendo fraudes em licitações, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro, com um total estimado de R$ 1,4 bilhão movimentados de forma ilícita, sendo R$ 825 milhões apenas em 2024. Os alvos da operação são empresários, servidores públicos e até um vereador eleito, suspeitos de envolver-se em superfaturamento de contratos com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
O esquema operava principalmente por meio de contratos superfaturados, em que valores acima dos praticados no mercado eram pagos em obras e serviços públicos. O grupo utilizava empresas de fachada e contas bancárias em nome de terceiros para lavar o dinheiro desviado. As investigações indicam que as fraudes eram facilitadas por servidores públicos que direcionavam licitações e liberavam verbas para as empresas envolvidas no esquema. Além disso, pagamentos de propina eram feitos de forma sofisticada, dificultando a rastreabilidade dos recursos ilícitos.
O modus operandi da organização incluía a cooptação de servidores, a execução de contratos fraudulentos e o uso de empresas com grande fluxo financeiro para ocultar a origem do dinheiro desviado. As investigações apontam que as penas para os crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro podem somar até mais de 50 anos de prisão, além das multas previstas pela legislação. A Operação Overclean continua em andamento, com outros suspeitos foragidos e novas apurações sendo realizadas.