A polarização política no Brasil tem se intensificado além dos períodos eleitorais, afetando até mesmo as escolhas cotidianas dos cidadãos. Segundo o analista político Thomas Trauman, essa divisão está marcando a sociedade brasileira de maneira inédita. Ele destaca o crescimento de figuras políticas representando tendências opostas, como a ascensão de movimentos de direita mais radicais e a intensificação da disputa dentro do campo antipetista, que agora se divide entre uma ala antissistema e outra conservadora.
Trauman também observa que a polarização não está restrita às urnas, mas permeia diversos aspectos do cotidiano, como comportamentos de artistas, escolhas de produtos e até decisões educacionais. As pessoas começam a se posicionar politicamente em situações do dia a dia, uma mudança que revela uma sociedade cada vez mais dividida. Para o analista, esse fenômeno é um reflexo de um momento crítico, em que as linhas entre política e vida pessoal estão se tornando indistintas.
A situação descrita por Trauman sugere que o Brasil vive uma fase de grande fragmentação social. A disputa política deixou de ser uma questão restrita ao debate partidário e eleitoral, para se espalhar por diferentes esferas da vida pública e privada. O impacto dessa polarização na convivência social e na maneira como os cidadãos tomam decisões políticas e pessoais é visto com preocupação, indicando um cenário de tensão e crescente separação entre os grupos da sociedade.