O Brasil alcançou em 2023 o menor nível de pobreza e extrema pobreza em 12 anos, com uma redução significativa no número de brasileiros vivendo com menos de R$ 665 por mês. A pesquisa do IBGE revelou que 8,7 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza, o que corresponde a uma queda no índice para 27,3% da população. Esse avanço foi atribuído, principalmente, à melhoria do mercado de trabalho e aos programas de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial, Auxílio Brasil e, mais recentemente, o Bolsa Família.
Embora a pobreza tenha diminuído, a desigualdade de renda continua sendo um desafio. O índice de Gini, que mede a desigualdade, se manteve estável, refletindo que, apesar do aumento da renda dos mais pobres, a disparidade entre as classes sociais se ampliou, com a renda dos mais ricos crescendo de maneira desproporcional. A desigualdade também se mantém entre grupos específicos, como mulheres, negros e pardos, e é mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste do país. Além disso, a diferença salarial entre brancos e negros e entre homens e mulheres segue sendo significativa, com os primeiros recebendo, em média, 70% e 26,4% a mais, respectivamente.
Apesar das melhorias, o Brasil ainda enfrenta desafios em relação à inclusão no mercado de trabalho. Embora o número de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham tenha diminuído, a falta de experiência e a dificuldade de acesso a oportunidades formais são barreiras persistentes. Programas de capacitação e inclusão produtiva têm sido fundamentais para aumentar as chances de inserção no mercado de trabalho, mas especialistas alertam que a redução da pobreza deve ser acompanhada de políticas mais robustas de educação e inclusão social para garantir uma transformação estrutural duradoura.