O piru-piru (Himantopus palliatus), uma ave costeira do litoral paulista, enfrenta sérios riscos de extinção devido à crescente presença humana nas praias. Essa espécie, que constrói seus ninhos nas faixas de areia entre setembro e dezembro, tem seus ovos frequentemente pisoteados por banhistas, além de ser afetada por cães e veículos. Com uma população estimada em menos de 200 indivíduos no estado, o piru-piru é classificado como “Ameaçado de Extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), e esforços estão sendo feitos para evitar a redução ainda maior de sua população.
O piru-piru desempenha um papel importante nos ecossistemas costeiros, ajudando a controlar a população de invertebrados e fertilizando as áreas arenosas com suas fezes. No entanto, a espécie enfrenta dificuldades para se reproduzir, já que seus ninhos ficam expostos a riscos constantes, como o aumento do fluxo de pessoas nas praias e o avanço de atividades humanas. Em algumas regiões, como em Ilha Comprida, ainda existem áreas mais protegidas, mas a ocupação crescente do litoral dificulta a sobrevivência da espécie.
Para tentar reverter esse quadro, grupos de voluntários têm monitorado os locais de nidificação, utilizando cordões de isolamento e até realizando barreiras humanas para proteger os ovos e filhotes. Embora os números ainda sejam preocupantes, a conscientização e o trabalho de preservação vêm contribuindo para estabilizar a população de piru-pirus. No entanto, especialistas alertam que sem ações mais eficazes, a espécie poderá continuar a declinar.