O governo brasileiro comemora a recente alta do PIB, considerando-a uma prova de que a política econômica está no caminho certo. No entanto, essa expansão foi impulsionada principalmente pelo aumento do consumo, viabilizado por crédito e transferências federais, refletindo uma estratégia focada no curto prazo. Embora o crescimento do PIB seja visto como um sinal positivo momentâneo, ele não garante estabilidade a longo prazo, especialmente em um contexto fiscal delicado.
O aumento dos gastos públicos, iniciado durante a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro e prolongado pela PEC da Transição e pelas medidas adotadas no governo atual, gerou um “sobreaperto” na economia. A combinação de estímulos fiscais pode ter gerado crescimento, mas também trouxe consigo uma série de desequilíbrios, como inflação, desvalorização da moeda, aumento das taxas de juros e elevação da dívida pública. Esse cenário levanta dúvidas sobre a sustentabilidade da política econômica e seus impactos futuros.
O desafio central, portanto, é equilibrar o crescimento com a responsabilidade fiscal. Embora os números do PIB indiquem um crescimento imediato, a tendência de políticas fiscais expansivas pode ter efeitos limitados no longo prazo, uma vez que a economia começa a mostrar sinais de sobreaquecimento. O governo, ao optar por uma estratégia focada em ganhos eleitorais rápidos, pode ter sacrificado as condições para um crescimento sustentável e estável, colocando em risco a confiança dos investidores e o equilíbrio das contas públicas.