A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, afirmou que o Brasil corre o risco de perder sua autossuficiência em petróleo nos próximos dez anos, a menos que novas descobertas de grandes reservas sejam feitas. Ela explicou que a produção do pré-sal, que hoje representa mais de 80% das reservas da estatal, começará a declinar a partir de 2029 ou 2030, caso não haja novas grandes jazidas de petróleo. Para mitigar esse risco, Dos Anjos defende a exploração da Margem Equatorial, uma região que vai do Rio Grande do Norte à Colômbia, e que tem potencial para abrigar grandes volumes de petróleo, comparável à Bacia de Campos.
No entanto, a exploração dessa área enfrenta dificuldades devido à demora na obtenção da licença ambiental do Ibama. A Petrobras tem trabalhado para atender às exigências ambientais, investindo em medidas de proteção, como a criação de centros de despetrolização de fauna, mas o processo continua sendo um obstáculo significativo. Apesar disso, a empresa já investiu mais de US$ 3 bilhões na Margem Equatorial e destina uma parte substancial dos seus recursos para a exploração dessa região, parte dos US$ 7,9 bilhões previstos para investimentos em exploração.
Enquanto aguarda a aprovação do Ibama, a Petrobras também tem se voltado para outras áreas promissoras, como a Bacia de Pelotas, no Sul do Brasil, e projetos na África. Países como África do Sul, Angola e Moçambique têm demonstrado interesse em atrair investimentos da companhia. Apesar da volatilidade do câmbio, com a alta do dólar impactando os resultados financeiros da Petrobras, a diretora assegura que os projetos em andamento não serão prejudicados.