A piramboia (Lepidosiren paradoxa), também conhecida como peixe-cobra, é um dos poucos peixes pulmonados do Brasil e possui a capacidade de respirar fora da água. Este animal é considerado um “fóssil-vivo” pelo Ibama, devido à sua evolução lenta e poucas mutações ao longo do tempo. Presente em águas doces de várias regiões da América do Sul, como a Bacia Amazônica, o peixe-cobra é adaptado a viver em áreas pantanosas que secam durante a estiagem, podendo sobreviver enterrado na lama por longos períodos.
Embora possua brânquias rudimentares, a piramboia depende do pulmão primitivo para respirar ar diretamente da atmosfera. Nos períodos secos, o animal emerge à superfície para absorver oxigênio e pode até permanecer sem comida ou água por anos, em um estado de dormência, até o retorno das chuvas. Essa habilidade de sobreviver à seca torna a piramboia uma espécie fascinante e resiliente, capaz de resistir a condições extremas.
Atualmente, três exemplares dessa espécie estão no Aquário de Santos, no litoral de São Paulo, onde convivem com outros peixes amazônicos. A piramboia é predominantemente carnívora, alimentando-se de peixes, moluscos e insetos. Apesar de sua resistência, os cuidados com o ambiente e a necessidade de acesso ao ar para respirar são fundamentais para a sua sobrevivência, destacando sua singularidade entre os peixes.