O Partido Democrático Trabalhista (PDT) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a Corte determine ao Banco Central a melhoria no processo de decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. O partido argumenta que a definição da taxa deve considerar não apenas os efeitos fiscais e da dívida pública, mas também seu impacto no crescimento econômico, no mercado de trabalho e na redução das desigualdades sociais. O PDT ainda pede que o STF amplie a participação de outros atores institucionais na elaboração das expectativas do mercado, além de revisar os parâmetros utilizados no Boletim Focus, atualmente dominado pelo mercado financeiro.
Além disso, o PDT requereu liminarmente a suspensão do aumento recente da Selic, que foi elevado para 12,25% ao ano. O partido alega que o Comitê de Política Monetária (Copom) não ponderou adequadamente os impactos dessa decisão sobre o mercado de trabalho e a qualidade de vida da população. Em sua argumentação, o partido reflete sobre a falta de transparência e o possível impacto negativo da taxa sobre a dívida pública, que poderia crescer em até R$ 100 bilhões, afetando o orçamento federal e o pacote de gastos anunciado pelo governo.
O PDT também criticou a metodologia usada pelo Banco Central para calcular a Meta da Selic, argumentando que ela ignora fatores importantes, como os preços de bens não comercializáveis e monopólios estatais, que não são diretamente influenciados pela taxa de juros. O partido considera que, ao não levar em conta esses elementos, o Banco Central comete uma omissão inconstitucional, prejudicando as políticas econômicas do país e afetando de forma desproporcional as finanças públicas e os cidadãos.