A crise política no Canadá se intensificou após a demissão da vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, que divergiu publicamente de Justin Trudeau sobre a abordagem do governo canadense em relação às políticas econômicas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. A discordância se centrou nas tarifas propostas por Trump, que ameaçam afetar significativamente a economia canadense, principalmente no setor de exportações para os Estados Unidos, o maior parceiro comercial do país. A saída de Freeland colocou o governo de Trudeau em uma situação delicada, gerando discussões internas sobre a continuidade de seu mandato.
Com a proximidade das eleições canadenses, previstas para o próximo ano, pesquisas indicam que o Partido Conservador tem grandes chances de vencer, enquanto o Partido Liberal de Trudeau enfrenta uma queda acentuada na popularidade devido ao aumento no custo de vida e a deterioração dos índices econômicos. A recente divulgação de um déficit fiscal de US$ 43,4 bilhões, 50% acima do projetado, e a revisão para baixo da previsão de crescimento do PIB agravaram ainda mais o cenário. A oposição, liderada por Pierre Poilievre, criticou duramente a gestão do primeiro-ministro, pedindo sua renúncia.
Além disso, o governo canadense está em risco de enfrentar um voto de desconfiança no Parlamento em 2025, caso os partidos de oposição se unam contra Trudeau. Com o país enfrentando uma crise política e uma fragilidade econômica crescente, o futuro do primeiro-ministro se tornou incerto, e a pressão sobre seu governo só tende a aumentar. A situação é ainda mais complicada pela iminente ameaça de tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos, o que poderia afetar drasticamente as exportações canadenses.