O Parlamento francês aprovou uma moção de censura contra o primeiro-ministro Michel Barnier, resultando em sua saída do cargo após apenas três meses de governo, o mais curto da história da Quinta República. A moção foi aprovada por uma coalizão inédita entre a esquerda e a extrema direita, que somaram 331 votos favoráveis, superando o número mínimo necessário de 288 votos. A crise política se intensificou após a rejeição do Orçamento proposto por Barnier, que visava reduzir o déficit público e a dívida, mas foi mal recebido por diversos partidos, especialmente a extrema direita, liderada por Marine Le Pen.
Barnier foi nomeado primeiro-ministro em junho por Emmanuel Macron, após as eleições parlamentares, que não resultaram em uma maioria clara. A escolha de um político de centro-direita, sem vínculo com os resultados eleitorais, gerou protestos e um impasse político no país. A aprovação da moção de censura culminou em uma crise de governabilidade, com Macron agora enfrentando a difícil tarefa de decidir se negocia com os partidos ou nomeia um novo primeiro-ministro, o que poderia prolongar a instabilidade política e aumentar os protestos.
A votação de censura também refletiu uma instabilidade econômica, com a dívida da França se aproximando dos níveis da Grécia, o que contribuiu para a perda de apoio ao governo de Barnier. A crise na França ocorre em um contexto de incertezas políticas mais amplas na Europa, com a Alemanha também enfrentando dificuldades e as perspectivas de novas eleições nos Estados Unidos com a volta de Donald Trump. A situação política e econômica delicada pode afetar a posição da França na União Europeia, especialmente com a aproximação das eleições presidenciais de 2027.