O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14) a destituição do presidente, após ele ter decretado lei marcial em 3 de dezembro. O decreto gerou um grande conflito político e gerou protestos por parte da oposição, que acusou o governo de abusar de seus poderes. A medida foi rapidamente anulada pelo Congresso, mas a tensão política persiste, com alegações de que o presidente tentou minar a ordem constitucional do país ao usar o exército para suspender atividades governamentais e os direitos civis. O Partido Democrata, principal partido da oposição, apresentou uma nova moção de impeachment, que foi aprovada após a tentativa anterior de destituí-lo ter falhado.
A lei marcial proposta pelo presidente foi defendida por ele como uma forma de preservar a democracia e a ordem constitucional frente a uma situação política que ele classificou como caótica. No entanto, especialistas e membros da oposição consideraram o ato como um abuso de poder, uma vez que a Constituição da Coreia do Sul limita o uso das forças armadas a situações de guerra ou emergências extremas, e não a questões políticas internas. A situação culminou em uma investigação para determinar se o presidente e outros membros do governo cometeram crimes, como o de rebelião, o que poderia resultar em penas severas.
A Constituição sul-coreana prevê que, em casos excepcionais, o presidente pode recorrer à força militar para manter a ordem, mas qualquer decreto desse tipo pode ser revogado pelo parlamento. Especialistas questionaram a legitimidade do decreto, apontando que a situação política não justificava tal medida. A crise levou a um impasse político significativo e à crescente polarização no país, com tensões entre o governo e a oposição, além de debates sobre os limites do poder executivo no sistema político sul-coreano.