O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14/12) o impeachment do presidente, apenas 11 dias após uma tentativa frustrada de autogolpe. Com 204 votos a favor e 85 contra, a decisão reflete a crescente instabilidade política no país. Três parlamentares se abstiveram e oito votos foram invalidados. O primeiro-ministro assume interinamente o cargo, enquanto o Tribunal Constitucional tem até 180 dias para deliberar sobre a permanência do presidente no cargo, podendo, caso o impeachment seja confirmado, convocar novas eleições.
Desde sua eleição em 2022, o presidente enfrentou desafios significativos, como um parlamento dominado pela oposição e crises internas que envolveram escândalos políticos e familiares. Seu índice de aprovação chegou a um nível recorde de 17% no mês passado, o que refletiu a insatisfação popular com sua gestão. Em um contexto de tensões políticas, o presidente chegou a declarar lei marcial no início de dezembro, decisão que foi rapidamente revogada após protestos massivos e uma votação do Parlamento, que rejeitou o decreto.
A situação gerou alarme entre os aliados internacionais da Coreia do Sul, incluindo Estados Unidos e Japão, preocupados com a crise institucional que ameaça desestabilizar uma das democracias mais consolidadas da Ásia. O episódio representa uma das crises políticas mais graves da história recente do país, com manifestações em massa e uma polarização crescente no cenário político sul-coreano.