O clima na Câmara dos Deputados está tenso, e, por conta disso, a votação do pacote fiscal do governo, que visa realizar um ajuste fiscal e cortar gastos, foi adiada. O pacote, enviado pelo Executivo, esbarrou em uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que alterou as regras para a liberação das emendas parlamentares, o que causou impasses na tramitação do projeto. Deputados manifestaram descontentamento, acusando um suposto alinhamento entre o governo e o STF, em especial com o ministro responsável pela decisão.
A insatisfação no Congresso é evidente, e, enquanto isso, o governo tenta agilizar a liberação de R$ 3 bilhões em emendas para tentar destravar o processo. A medida de individualização das emendas de bancada, antes coletivas, gerou desconforto, pois muitos parlamentares consideram que as mudanças atendem mais aos interesses do governo do que aos do Legislativo, dificultando a negociação de votos para o pacote fiscal.
Diante das dificuldades, a Câmara se concentrará em votar projetos relacionados à segurança pública, adiando novamente a análise do pacote fiscal. A falta de consenso pode afetar o cronograma do governo, que pretendia votar as propostas antes do recesso parlamentar, que começa em 23 de dezembro. A pressão é grande, mas a definição de um caminho claro para a aprovação das medidas fiscais fica cada vez mais distante.