O Hemocentro de Ribeirão Preto, em parceria com o Instituto Curie da França, iniciou um projeto de cooperação científica para desenvolver novos tratamentos contra o linfoma cerebral, uma condição rara e agressiva que afeta o sistema nervoso central. A colaboração envolve a troca de conhecimentos e a adaptação de tecnologias como a terapia com células CAR-T, que já vem sendo utilizada no Brasil para tratar tipos de câncer no sangue. A ideia é combinar as inovações dos dois centros para criar uma versão mais eficaz do tratamento, especialmente voltada para os pacientes com linfoma cerebral primário, que não responderam a terapias convencionais.
O primeiro objetivo da parceria é realizar um estudo clínico binacional, com 10 pacientes de cada país, para testar a nova terapia. Este estudo está previsto para começar em 2026, após o desenvolvimento de protocolos e aprovação por comitês de ética e órgãos reguladores como a Anvisa. Em 2025, cientistas brasileiros irão para a França para um intercâmbio técnico, com o intuito de aprender e replicar a tecnologia no Brasil. O Hemocentro de Ribeirão Preto, com sua estrutura avançada de produção de células CAR-T, será fundamental para a adaptação do tratamento em larga escala no Brasil.
Além de buscar uma solução para o linfoma cerebral, a parceria pode abrir portas para o uso da terapia em outros tipos de câncer e doenças, caso os experimentos se mostrem bem-sucedidos. A expectativa é que, caso a nova versão do CAR-T Cell, desenvolvida no Instituto Curie, se revele mais eficaz, ela possa ser expandida para o tratamento de outras patologias. Com isso, a colaboração entre os dois países não só promete avanços no tratamento de uma doença rara, mas também potencial para futuras descobertas no campo da terapia celular.