O estado do Pará, a menos de um ano de sediar a Conferência do Clima em Belém, enfrenta uma crise ambiental marcada por desmatamento ilegal e queimadas. Em 2024, o estado lidera os focos de incêndio no Brasil, com mais de 53 mil ocorrências registradas até agora, afetando não apenas a região amazônica, mas também outros estados do Norte e Centro-Oeste. As queimadas, muitas das quais estão ligadas ao desmatamento ilegal para expansão da agricultura e pecuária, geram uma densa nuvem de fumaça que se espalha por milhões de quilômetros quadrados, afetando a qualidade do ar e provocando uma série de problemas de saúde nas populações locais.
Em cidades como Santarém, a situação é ainda mais crítica, com o governo local declarando estado de emergência devido ao aumento de doenças respiratórias. O número de atendimentos médicos por problemas relacionados à fumaça cresceu substancialmente em comparação ao ano passado, afetando principalmente crianças e idosos. Embora o governo federal tenha mobilizado recursos e equipes para combater os incêndios, incluindo aeronaves e viaturas, o ritmo de combate tem sido insuficiente frente à magnitude do problema, exacerbado pela maior seca em décadas e a ausência de uma estação chuvosa que possa amenizar os efeitos das queimadas.
O cenário coloca o Brasil sob pressão, especialmente com a proximidade da Conferência do Clima em 2025. Organizar um evento de tamanha importância internacional no Pará, em meio a uma crise ambiental visível, exige esforços coordenados para reduzir o impacto das queimadas e garantir uma imagem mais positiva do país no cenário global. Apesar de avanços no combate ao desmatamento e políticas públicas para conter os incêndios, a persistência do problema destaca a necessidade urgente de ações mais eficazes para preservar a Amazônia e proteger as comunidades afetadas.