O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou que a principal função da Corte não deve se limitar a identificar falhas e punir agentes públicos. Em seu discurso de despedida da presidência do TCU, ele destacou que a instituição precisa colaborar com a administração pública, promovendo a profissionalização, um melhor planejamento e a boa execução dos recursos públicos. Para Dantas, o sucesso no controle externo não está na quantidade de punições, mas no auxílio ao desenvolvimento de uma gestão mais eficiente e integrada.
Dantas comparou a administração pública a uma família, ressaltando que o medo e a intimidação não geram sucesso, mas sim paralisam e desunem. Ele criticou a abordagem excessivamente punitiva, afirmando que o verdadeiro êxito não é medido pela punição constante, mas pela capacidade de aprimorar os processos e promover melhorias efetivas para a sociedade. Durante sua gestão, o ministro ressaltou que a busca por consenso e o diálogo foram essenciais, incluindo a criação de uma secretaria para resolução de conflitos, que, segundo ele, foi um dos marcos dessa transformação.
O balanço de Dantas à frente do TCU também incluiu os resultados concretos de sua gestão. Ele destacou que 12 processos homologados geraram benefícios significativos para os cofres públicos e a sociedade, com um impacto de R$ 16 bilhões. O ministro finalizou seu discurso ressaltando a importância de equilibrar a aplicação das leis com empatia e a compreensão das necessidades da população, sem se perder em burocracias rígidas e desconectadas da realidade.