No último sábado (7), o Papa Francisco nomeou 21 novos cardeais, entre eles o arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler. Natural de Gaspar (SC), Dom Jaime, de 64 anos, ingressou na vida religiosa como noviço em 1982 e foi ordenado padre em 1990. Com uma trajetória acadêmica que inclui doutorado em filosofia em Roma, ele se tornou bispo auxiliar de Porto Alegre em 2010 e arcebispo metropolitano em 2013. Atualmente, além de comandar 158 paróquias da capital gaúcha, Dom Jaime preside a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde 2023.
Em sua entrevista sobre a nomeação, Dom Jaime compartilhou sua surpresa ao ser informado da indicação pelo Papa Francisco, sendo comunicado por meio de mensagens de amigos. O religioso destacou a importância da unidade na Igreja e reafirmou seu compromisso com a missão pastoral, especialmente diante de desafios como as tragédias naturais, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que deixaram centenas de mortos em 2023. Durante sua nomeação, o Papa Francisco pediu aos novos cardeais que não se deixassem seduzir pelo poder ou prestígio, mas que se concentrassem em sua missão de promover a unidade.
Dom Jaime também abordou questões polêmicas em sua entrevista, como o celibato e a participação de mulheres e pessoas LGBTQIA+ na Igreja Católica. Embora defenda um aprofundamento do debate sobre o celibato, ele destacou a importância de respeitar a diversidade e a necessidade de acolher as pessoas LGBTQIA+ na comunidade, ressaltando que todos são filhos de Deus e merecem respeito e compreensão. O cardeal, que também lidera o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), demonstrou preocupação com a dificuldade da Igreja em dialogar com as novas gerações, apontando a espiritualidade como uma necessidade crescente entre os jovens.
