Em 2023, os países em desenvolvimento bateram um recorde histórico ao gastar US$ 1,4 trilhão no pagamento de sua dívida externa, de acordo com o Relatório de Dívida Internacional do Banco Mundial. Os custos com juros cresceram quase um terço, atingindo US$ 406 bilhões, o que tem pressionado fortemente os orçamentos de áreas essenciais, como saúde, educação e meio ambiente, limitando os recursos disponíveis para políticas públicas nesses setores.
A situação tem sido ainda mais desafiadora para as nações mais pobres e vulneráveis, que dependem de empréstimos da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) do Banco Mundial. A combinação do aumento dos juros e a retração do crédito global tem forçado essas economias a recorrerem cada vez mais a instituições multilaterais, como o Banco Mundial, que se tornou um credor de último recurso, agravando a dependência externa.
Além disso, a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo no aumento dos encargos da dívida, pressionando ainda mais as finanças desses países. O relatório destaca que esse ciclo de endividamento excessivo está resultando em um sistema de financiamento disfuncional, onde recursos financeiros estão sendo drenados das economias mais pobres, ao invés de entrarem para impulsionar seu crescimento e desenvolvimento.