O pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda não foi totalmente aceito pelos agentes econômicos, o que tem gerado frustração no mercado financeiro. Essa insatisfação pode acelerar o ciclo de aumento da taxa de juros na última reunião do Copom de 2024, já que o pacote afetou negativamente as estimativas de inflação. A pressão sobre o Banco Central tem sido grande, e o futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, indicou que a Selic pode permanecer elevada por um período mais longo, com o objetivo de controlar a inflação.
O impacto do pacote fiscal no mercado inclui a desvalorização do real e um consumo elevado, o que tem contribuído para a pressão sobre os juros. Galípolo também enfatizou que o Banco Central não tem como controlar o câmbio diretamente, limitando-se a atuar apenas em situações de disfuncionalidade. O dólar, por exemplo, fechou acima dos seis reais por dois dias consecutivos, refletindo o sentimento de incerteza econômica.
Além das questões fiscais internas, o mercado financeiro também enfrentou uma queda no índice Ibovespa, pressionado pela preocupação com as contas públicas e por ameaças externas, como as de Donald Trump sobre tarifas. O secretário da Fazenda, Dario Durigan, sugeriu que a mudança na tabela do Imposto de Renda, uma das medidas fiscais anunciadas, ficará para o próximo ano, o que ajudaria a amenizar as preocupações de economistas sobre o desempenho das finanças públicas nos próximos dois anos.