O economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, avaliou que o pacote fiscal anunciado pelo governo federal não será suficiente para estabilizar a dívida pública do Brasil. Segundo Figueiredo, embora algumas medidas tenham sido tomadas na direção correta, o impacto esperado das ações fiscais foi exagerado, com resultados bem menores do que o inicialmente projetado. O governo havia estimado uma economia de mais de R$ 70 bilhões até 2026, mas o economista considera que esse valor é superestimado e insuficiente para enfrentar o problema fiscal.
Figueiredo também criticou o tempo de reação do governo, destacando que o pacote foi anunciado tarde, quando já havia poucas opções para evitar a negociação de medidas mais austeras. Ele ainda afirmou que a abordagem do governo foi insuficiente para gerar confiança, pois não está claro se a administração está plenamente convencida da necessidade de um ajuste fiscal mais amplo e consistente. De acordo com o economista, mais rodadas de medidas de corte de gastos serão necessárias para que o Brasil consiga estabilizar sua dívida pública.
O pacote fiscal, embora tenha avançado em algumas áreas, não resolve os problemas estruturais da economia brasileira, especialmente no que diz respeito ao controle da dívida pública. Para Figueiredo, o ajuste fiscal necessário exigiria ações mais robustas e assertivas, além de uma postura mais clara do governo quanto à sua disposição de cortar gastos de forma efetiva. A crise fiscal do país, portanto, demanda soluções mais abrangentes e de longo prazo.