O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o pacote de corte de gastos recentemente aprovado pelo Congresso é apenas a primeira etapa do ajuste fiscal do governo. Em uma reunião com jornalistas, Haddad explicou que a revisão de despesas será contínua, com o objetivo de reduzir incertezas sobre a saúde fiscal do país. O ministro justificou a decisão de enviar as propostas no final do ano, destacando que, embora o pacote inicial não seja suficiente, ele representa o que já está acordado entre os ministérios e o Legislativo, evitando maiores atrasos e incertezas para 2024.
Haddad também mencionou a necessidade de um trabalho constante na revisão de gastos públicos, defendendo que essa prática deveria se tornar rotina no governo federal, bem como nas administrações estaduais e municipais. Um dos exemplos citados pelo ministro foi o aumento das despesas com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), cujo crescimento acima do esperado nos últimos anos foi atribuído a mudanças nas regras feitas em governos anteriores. Ele enfatizou a importância de revisar essas políticas para controlar os gastos sem comprometer o benefício à população vulnerável.
Em relação ao impacto da elevação dos juros na economia, Haddad descartou a ideia de implementar políticas de estímulo parafiscal, como o uso do FGTS, argumentando que não há necessidade de ações dessa natureza, pois a projeção oficial é de crescimento do PIB superior a 2% em 2025, apesar da desaceleração econômica. O ministro também comentou sobre o impacto da taxa de juros na inflação, afirmando que o efeito dessa alta será sentido de forma rápida, sem necessidade de medidas adicionais para estimular o crescimento.